Agricultores familiares da Bahia se destacam na produção de café
A produção de café por agricultores familiares ganha cada vez mais destaque. Tanto na quantidade quanto na qualidade. Assim, os agricultores familiares têm conquistado prêmios em concursos Brasil afora, como os recentemente realizados nos estados do Paraná e da Bahia.
No estado do Paraná, por exemplo, onde a agricultura familiar é responsável por 57% da produção de café, cinco agricultores superaram mais de 200 amostras analisadas e ficaram entre os 22 finalistas do Concurso Qualidade Café Paraná, organizado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab), em parceria com o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e Emater/PR.
Já na Bahia, quatro agricultores familiares ficaram entre os primeiros classificados do 12º Concurso de Qualidade de Cafés da Bahia, promovido pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) e Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé). Na etapa final, 17 produtores de café de todo o estado tiveram suas amostras do produto analisadas.
Os concursos ocorrem principalmente nos estados que concentram a maior produção de café: Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, São Paulo, Rondônia e Bahia, responsáveis por 97% da produção do grão no País. São promovidos por entidades como associações de agricultores, cooperativas, prefeituras e governos estaduais. O objetivo é premiar os melhores cafés de cada estado e divulgá-los para obterem melhores oportunidades de negócios e incentivar outros produtores a investir na qualidade do café.
Para o secretário da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA), Valter Bianchini, o cultivo de café é uma cultura que, além do valor econômico, tem importância social pelo contingente de agricultores familiares empenhados na produção. Segundo o último Censo Agropecuário, a produção do café gera renda para mais de 650 mil agricultores familiares.
Sobre o destaque de agricultores familiares na produção de café, o secretário ressalta que é resultado do apoio do MDA, por meio de um conjunto de programas e políticas que visam estruturar e comercializar o grão. “A ênfase é fazer com que o conjunto desses instrumentos amplie a produtividade da cafeicultura na agricultura familiar com qualidade, já que a família, estando presente no dia a dia da cafeicultura, oferece um acompanhamento diferenciado à produção. O resultado é esse: nos estados em que tem se realizado concursos de café, até mesmo nacionais, a agricultura familiar sempre tem obtido posição de destaque”, afirma.
Prêmio - O agricultor Delfim Pereira, de Curiúva (PR), que conquistou o segundo lugar na categoria de agricultores familiares do Concurso Qualidade Café Paraná, considera o apoio dos programas do MDA um dos fatores que o levaram a ficar entre os vencedores, além da assistência técnica. Delfim é cafeicultor há sete anos e nos últimos dois passou a utilizar o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). “Se não fosse essa ajuda do Pronaf, não teríamos condições de produzir café. Depois que passamos a utilizar o programa, a produção aumentou mais de 50%”, afirma.
Os programas do MDA que atendem as famílias cafeicultoras são: Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar (PGPAF), Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Seguro da Agricultura Familiar (Seaf) e Selo da Identificação da Participação da Agricultura Familiar (Sipaf), além de ações de promoção comercial e acesso a mercados, tanto para o café em grãos (in natura) quanto industrializado.
Assistência técnica - O Ministério do Desenvolvimento Agrário abriu, recentemente, uma chamada pública para seleção de entidades prestadoras de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) direcionada à cadeia produtiva de café.
A Chamada Pública nº 08/2013 visa prestar serviço de Ater a 15 mil famílias cafeicultoras nos maiores estados produtores do País, seguindo as estratégias de organização e gestão da atividade; produtividade, qualidade do produto e comercialização.
Podem participar das Chamadas Públicas instituições públicas e ou privadas, com ou sem fins lucrativos. O valor da chamada é de R$ 41,3 milhões.
Responsáveis por 38% do café produzido em todo o País, as famílias cafeicultoras chegam a movimentar R$ 2,5 bilhões por ano. O cultivo dos cafezais é feito em mais de 196 mil estabelecimentos da agricultura familiar de todo o país, distribuídos em 1.468 municípios.